domingo, 16 de dezembro de 2007

Agitação

Apetece-me gritar! Gritar! Gritar para expulsar de mim o que me agita e o que me apazigua, o que me sufoca, o que me deixa ansiosa e o que me acalma, o que me assusta e o que me encoraja, o que me irrita, o que me deixa profundamente triste e o que me faz feliz!...Gritar! Um grito de revolta, um grito de libertação, um grito de saudade, um grito de força, um grito de homenagem, um grito de solidão, um grito de conforto, um grito de dor, um grito de alegria, um grito de raiva, um grito de paixão!...Um grito,...alguns,...muitos,...os que forem precisos!
Mas, e depois, toda a gente neste mundo de hoje anda demasiado ocupada para ouvir o que quer que seja, uma palavra, o choro de uma criança ou de um idoso, um grito, o que for...Tão atarefados até para ouvir um simples silêncio ou a voz da consciência (se é que ainda existem pessoas que a tenham)!
Por isso, para quê o meu grito ou o grito de outros!? Em silêncio não ouvem. Aos gritos, fingem que não ouvem ou dizem: Passou-se! Está doido! Não tem razão nenhuma! Mesmo sem, sequer, se terem dado ao trabalho de ouvir com ouvidos de gente e, muito menos, de tentar perceber o que os seus ouvidos, mecanicamente, captaram.
Por todo este mundo há silêncios, choros e gritos, e, por todo o mundo, continuamos a semear ouvidos moucos! Será que vale a pena!? Qual a vantagem!? O que ganhamos, o que crescemos com esta atitude!?
Sophia

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Apresentação

Boa noite a todos! Estas são as primeiras linhas do meu blog, e, como tal, achei que deveria deixar-vos uma pequena mensagem de apresentação. Não tenho a pretensão de me apresentar a mim mesma, pois, mesmo que eu me conseguisse descrever o mais fielmente possível, aquilo que eventualmente interpretassem do que eu escrevesse nunca corresponderia na totalidade ao que efectivamente pretenderia transmitir, pela simples razão de que nada conhecem de mim. E não passariam a conhecer apenas porque eu escrevi que sou isto ou aquilo. A pouco e pouco poderão ir acumulando alguns traços de mim que vão encontrar aqui ou ali naquilo que partilhar com vocês, mas, mais do que isso serão meras interpretações e conjecturas de um conjunto de dados.
Para que percebam melhor o que quero dizer, deixo-vos com as palavras de um mestre, num excerto de um texto de um autor português, médico, que muito aprecio, de seu nome Adolfo Correia da Rocha (Miguel Torga):

«É instrutivo ver os vários retratos que fazem de nós pela vida fora. Com traços lisonjeiros ou desagradáveis, entram-nos sempre pelos olhos dentro como estranhos, a perturbar uma paz que tinha um rosto habitual, familiar, a que estávamos acostumados. À imagem tranquila, sobrepõem-se outras inquietantes que não servem no cartão de identidade, e, contudo, nos identificam publicamente mais até do que a que nele figura. É que não se trata de neutras fotografias. São perfis apaixonados, justos ou injustos, com as virtudes e os defeitos cruamente patenteados. Quem um dia nos lembrar, é por eles que nos lembra. Somos o que só nós sabemos e parecemos o que os outros dizem de nós.»

Por hoje, nada mais tenho a dizer para além de que espero que possa partilhar convosco ideias e experiências positivas e ter um feedback da vossa parte. Estarei sempre disponível para ler os vossos comentários.

Sophia