terça-feira, 25 de outubro de 2011

A Nova Linguagem da Medicina

"Durante os nossos primeiros anos na Faculdade de Medicina, passámos horas a fio a aprender novas palavras, memorizando vocabulário como se estivéssemos a estudar uma língua estrangeira. Descobrimos que algumas palavras que soavam estrangeiras representavam, na realidade, coisas banais e familiares: parotidite era papeira e prurido significava comichão. Hoje, damos por nós a aprender uma nova linguagem da Medicina repleta de palavras que nos parecem familiares, mas que acabamos por percepcionar como se fossem estrangeiras. Os doentes já não são doentes, mas sim clientes ou consumidores. Os médicos e enfermeiros transformaram-se em prestadores (de serviços de saúde). Estes descritivos têm vindo a ser cada vez mais largamente adoptados, quer pelos media, quer por publicações médicas, e, até mesmo, em jornadas ou reuniões científicas."

domingo, 14 de agosto de 2011

Património

Quando no canto superior do meu televisor aparece "Directo" escrito "Direto" o meu estômago dá voltas e a minha alma fica triste. A língua é um Património e a nossa é extremamente rica, quando respeitadas as suas regras. Por isso, aqui, vai continuar a escrever-se Português.*

*Nota: Por Português entende-se a Língua de Camões, de Pessoa, de Garrett, de Bocage, das Cantigas de Amor de D. Dinis, a língua que surgiu com o sonho de Afonso Henriques e que foi evoluindo até à forma como a conhecíamos até há bem pouco tempo. Um património que cresceu e se adaptou, mas nunca se adulterou nas suas raízes. Português é Português. Português não é Brasileiro e Brasileiro não é "Português do Brasil". Português é Português e Brasileiro é Brasileiro! Basta lerem livros nestas duas línguas para perceberem o que digo. São dois patrimónios, independentes, distintos, embora com um passado comum, e, assim, devem ser mantidos.
Como disse João de Melo: "A língua pode muito bem ser uma pátria, como escreveu Fernando Pessoa, porque como pátria se ganha, se perde, se adopta ou se repudia. Mas, antes de pátria, a língua é sempre algo de mais íntimo: padrão e medida da nossa alma; referência da nossa arte..."
Por isso, aqui se defende que não se repudie uma das maiores riquezas da nossa pátria, que não seja violada a nossa intimidade, usurpada a nossa alma, deteriorada, adulterada a nossa arte! Aqui, escreve-se em Português!



Sophia