domingo, 31 de agosto de 2008

Tempos e Contra-tempos

São momentos, grãos de areia perdidos num espaço, infinitos para si próprios e uns para os outros, contidos, demarcados e extremamente finitos aos olhos de outrém e ao mudar das luas, cada vez mais esbatidos ou mais firmes, mas limitados, ao correr da distância.
São tempos, são caras, são corações, são mentes e almas de tristezas, de alegrias, de obstáculos, de vitórias, enfim, de um sem fim de pedaços de vida. Pedaços de um puzzle por demais complexo, que é mais do que todas essas peças juntas e que, ainda assim, ameaça, por vezes, surgir incompleto. E que grande mentira nessa ameaça, que faz sofrer e que tem tão simples solução, rodar as peças, mudá-las de sítio, dar-lhes um novo enquadramento. E eis que surge um puzzle perfeitamente completo, assim o queremos!


Sophia

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Entre Banho Maria e Ponto de Ebulição

Oscilando entre calma e indiferença fabricada e um estado de irritação prestes a fazer estragos. Eis um momento de vida que todos experimentamos um dia. Não único, não raro.
Porque a nossa natureza já nos traz, à partida, num ponto próximo disto. Porque a saturação dos dias e do ambiente assim o desencadeiam, instalam ou fomentam. Porque algo ou alguém nos puxa e empurra para isso insistentemente. Porque o passar do tempo não se compadece com os nossos esforços, fazendo com que numa sequência indeterminada de dias se acumulem rasteiras e quedas. Porque nos sufoca o constrangimento do espaço. Porque nos é roubado o ar. Porque nos cortamos numa faca ou porque nos queimamos, ou porque alguém nos espetou uma faca, nos picou, nos fez queimar por dentro. Porque o simples sopro ou o exuberante guincho das vozes demasiadamente mesquinho, vil, desagradável, duro, gélido ou injusto. Porque sabemos lá. Porque tanto para tão pouco, por tão pouco. Porque pouco para o que devia.
Porque tudo isto, variamos entre um acumular paulatino e confortável e um estado fervoroso de irritação, ou alheamos os nossos sentidos e nada aconteceu ou, contraem-se os músculos, latejam as têmporas, acelera o bater do coração, cria-se um aperto no peito que impele gritos e palavras irrascíveis ou de razão, de apaziguamento ou de irritação, que se formam na garganta, percorre o corpo um calor, a força do que se conhece e se sente ser injusto, inverosímel ou do que se sabe ser dolorosamente verdadeiro faz o cérebro trabalhar a mil e desdobrar-se em argumentos, desenrola-se por segundos, minutos ou horas uma luta entre tudo o que esse mesmo cérebro processa, entre o que deseja e o que julga ponderado, e entre o que os gritos formados na garganta ameaçam fazer-nos vociferar, guarda-se na memória, o que queremos apagar por ser brutalmente real, gera-se uma irreprimível vontade de mudança.
E tudo isto dói, tudo isto cansa!
Tudo isto exige libertação das forças negativas, acção e mudança. E perante isso, jamais revoguemos a nossa natureza pro-activa.



Sophia

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Amigo

"Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra amigo!

"Amigo" é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!

"Amigo" (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
"Amigo" é o contrário de inimigo!
"Amigo" é o erro corrigido
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada!

"Amigo" é a solidão derrotada!
"Amigo" é uma grande tarefa,
É um trabalho sem fim,
Um espaço sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
"Amigo" vai ser, é já uma grande festa!"
(Alexandre O'Neill)


Sophia

domingo, 3 de agosto de 2008

Um Poema

"Não tenhas medo, ouve:
É um poema
Um misto de oração e de feitiço...
Sem qualquer compromisso,
Ouve-o atentamente,
De coração lavado.
Poderás decorá-lo
E rezá-lo
Ao deitar
Ao levantar,
Ou nas restantes horas de tristeza.
Na segura certeza
De que mal não te faz.
E pode acontecer que te dê paz... "
(Miguel Torga)
Sophia

Sopa de Letras

Já alguma vez pensaram como se poderia escrever com caracteres chineses num teclado normal!?
Grande epopeia seria, já que o chinês tradicional conta com mais de 56 mil ideogramas e estes dificilmente caberiam num teclado de um computador.
Desta forma, parte-se de uma versão reduzida do idioma, a qual contabiliza 8000 caracteres. Mesmo assim, colocar per si estes 8000 símbolos num teclado constituiria uma tremenda e complicadíssima empresa, motivo pelo qual se recorre ao pinyin. Este é um dos métodos disponíveis para solucionar esta salgalhada e baseia-se num mecanismo de romanização do idioma chinês, em que se usam letras do nosso alfabeto latino para escrever os ideogramas chineses tal como estes soam. Ao utilizar uma letra do alfabeto latino, um programa mostra todos os caracteres chineses associados à transcrição fonética dessa letra, tendo o utilizador apenas de escolher, de entre os vários apresentados, qual o que tenciona aplicar.
Parece simples, resta saber se será mesmo assim tão simples.



Sophia