quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Juro!

Após uma longa caminhada, e, apesar, de uma evolução inexorável da ciência, da Medicina e da sociedade, o Juramento de Hipócrates é um momento carregado de simbolismo e de emoção revivalista de um percurso árduo, mas compensador.
Foi avassalador o momento em que proferimos juntos a promessa de uma vida.
Foi o selar e o brindar de um esforço e preserverança contínuos, o momento em que, transbordando uma enorme felicidade e realização, subi ao palco e recebi, mais do que a cédula profissional das mãos do Exmo. Sr. Bastonário, as felicitações sinceras e visivelmente emocionadas de dois mestres: o Prof. Doutor Gentil Martins e o Dr. Germano Sousa.
Como há seis anos atrás, a intenção e responsabilidade dessas palavras mantém-se e digo-as com a mesma convicção!
Foi com agrado ainda que pude ler as palavras do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa no blog do Sol, a propósito da sua presença no nosso Juramento: «FELICIDADE. Na distribuição das cédulas pela Ordem, entreguei o prémio Machado Macedo aos melhores alunos de Medicina de Lisboa. Momento raro de felicidade: eu, hipocondríaco, rodeado de mais de 500 médicos; poder recitar com eles o juramento de Hipócrates. Pequena consolação por não ter tirado Medicina.»
Em suma, foi um daqueles primorosos momentos da vida, que não serão esquecidos e que não precisam de fotografias para serem imortalizados em nós e naqueles que estiveram connosco nesse dia, como nos últimos seis anos. A eles também um retumbante "Parabéns" e um sentido "Obrigado".
No entanto, nada disto significa que não haja mais patamares a alcançar. Fizémos um Juramento. É chegada a altura de começar a cumpri-lo o melhor que pudermos a cada dia!



Sophia

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Tempo

Saudades!?
Sim, talvez um dia, como de quase tudo aquilo que vivemos com significado e que não poderemos voltar a viver. Ou, que talvez até pudéssemos, se tivéssemos coragem para tal.
Mas, tudo na vida tem o seu tempo. E, o meu tempo para esta etapa há bastante que se esgotou!
Disto tenho a certeza, como tenho a certeza de que possivelmente virei a sentir saudades um dia, como tenho a certeza de que só as sentirei exactamente porque isto acabou aqui, no seu tempo certo, como tenho a certeza de que ganhei as armas para fazer com que essas saudades nunca sejam maiores do que a vontade de continuar...
Porquê!?
Porque, na vida, tudo tem o seu tempo, e, o meu tempo para esta etapa há bastante que se esgotou!...

Foi um prazer!




Sophia

domingo, 6 de junho de 2010

Para quando um bom Português!?

"Há palavras com o dom
De atrapalhar a gente,
Pois que, tendo o mesmo som,
Têm grafia diferente.

Passo, com s dobrado,
é de passar - bem sabeis -;
Paço, com c cedilhado,
É palácio ... mas de reis.

Nós, com s é um pronome,
E um pronome de primeira;
Noz, com z é sempre um nome
Pois é fruto de nogueira."
(Irondino Teixeira Aguiar, Aprender a Brincar)

Tristemente, parece que há cada vez mais gente atrapalhada, com mais palavras com menor complexidade e de uma forma muito mais grave do que as aberrações do novo acordo ortográfico. Seria lamentável que não se voltasse a falar e escrever bom protuguês em Portugal, mas veremos para quando o regresso da aprendizagem e do interesse por um português correcto.



Sophia

domingo, 24 de janeiro de 2010

Urgentemente

"É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
Ódio, solidão e crueldade,
Alguns lamentos,
Muitas espadas.

É urgente inventar a alegria,
Multiplicar as searas,
É urgente descobrir rosas e rios
E manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
Impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
Permanecer.
(Eugénio de Andrade, Antologia Breve)



Sophia