domingo, 23 de março de 2008

De Setúbal, com Tranquilidade...

O Vitória de Setúbal venceu ontem a Taça da Liga, a Carlsberg Cup.
O Vitória foi, concordarão todos, um justo vencedor. Foi-o não pela espectacularidade do seu jogo, porque a mesma não existiu nem do lado sadino nem do lado dos leões, mas sim, pela sua determinação, pela sua garra, pelo seu querer e pelo seu crer, pela sua maturidade e pela sua capacidade de gestão do jogo e da pressão, sempre direccionados e sempre na mira de uma única coisa: a Taça. Ousaria mesmo dizer que o Setúbal ganhou o jogo, também, pela tranquilidade que soube ter.
A juntar a isto, embora nenhuma das equipas tenha demonstrado uma grande capacidade ofensiva nem uma grande eficácia atacante, a verdade é que, com metade do número de jogadas ofensivas dos “lagartos”, o Vitória de Setúbal fez praticamente tantos remates como o Sporting.
Por outro lado, da mesma forma que são, muitas vezes, culpabilizados pelos maus resultados e pelas fracas exibições, acredito que aos treinadores protagonistas desta partida devem ser imputadas culpas pelo triunfo do Vitória.
Ao treinador sadino, Carlos Carvalhal, deverá ser atribuída parte da culpa da vitória pela mão da firmeza, calma, inteligência e "tranquilidade" com que orientou a equipa durante os 90 min. Apesar da incredulidade e alguma revolta pelo penalty não assinalado a favor do Setúbal e pelo poste direito da baliza defendida por Rui Patrício que evitou o golo de livre para o Vitória, e, consequentemente, que o jogo ficasse resolvido no tempo regulamentar, Carvalhal soube gerir um plantel barato, mas de qualidade, não permitindo que a sua equipa assumisse uma postura derrotista antecipada, de fraqueza e eventual inferioridade face a um dos grandes; fez as substituições nos momentos certos e a última já a precaver a possível necessidade de marcação de grandes penalidades para a resolução do jogo; escolheu os homens certos para se apresentarem na marca das penalidades e teve um gigante com mãos de ferro na baliza (como, aliás, já acontecera em várias ocasiões deste e de outros jogos para a Taça da Liga, para a Superliga e para a Taça Cândido de Oliveira).
A Paulo Bento, também haverá culpas a dar, pela calma e "tranquilidade" que não soube transmitir à equipa e pelas falhas técnicas que cometeu. Uma equipa supostamente da alta roda não pode responder tão mal à pressão, tem de saber o que quer e jogar assertivamente e de forma determinada, fluida, coesa e objectiva. O Sporting foi uma equipa frágil, desorientada e pouco firme e organizada no seu jogo e a expressão da desorientação colectiva foi máscara na cara do treinador leonino, sobretudo na parte final do jogo, aquele que deveria ser o primeiro a passar calma, segurança e certeza para dentro do campo e para o plantel sportinguista. Assim, mister Bento, não pode ser!
Depois, chegados aos penaltys qual foi o critério!?
Numa equipa sem inspiração, insegura e nada confiante, vergada a uma grande pressão, para a qual nunca mostrou sinais de resposta, o "homem do leme" pareceu ter como critérios de escolha os jogadores que mais penaltys falharam esta época e o “um, dó, litá...” em caso de empate entre jogadores.

Cartão “laranja” para Paulo Bento!
Em complemento, os jogadores chamados à marcação não souberam estar atentos e perceber que Eduardo (exceptuando a penalidade concretizada por Moutinho), só mergulhava para a defesa depois da marcação, pelo que os pontapés da marca da grande penalidade tinham de ser feitos em força e não em jeito.
Eduardo foi patrão nos penaltys.
Polga tornou-se recordista em falhanços, ajudou à desgraça da “lagartagem” e ainda abrilhantou o facto na entrevista ao dizer, a respeito de não ter concretizado o penalty com êxito: «...faltou esse detalhe». Ironicamente, eu até acrescentaria: PEQUENO detalhe!
Em suma, o Vitória de Setúbal venceu e venceu bem e com justiça, venceu pelos seus jogadores, pela sua equipa técnica, pelos seus dirigentes e pelos seus adeptos, que foram incansáveis no apoio que deram à equipa. Este Vitória promete criar dificuldades ao Porto na semi-final da Taça e quem sabe defrontar o Benfica ou novamente o Sporting na final...
Independentemente disso, fiquei contente com a conquista da Taça da Liga pelo Vitória de Setúbal, e, não, não é só pelo facto de ser benfiquista, mas, principalmente, por ver como um clube pequeno, com poucos recursos e, até há bem pouco tempo, em grandes dificuldades, conseguiu formar uma equipa, no verdadeiro e completo sentido da palavra!
Sem mais nada a acrescentar, por agora,
Aguardo, com "tranquilidade", o derby lisboeta da semi-final da Taça de Portugal, esperando que "falte esse detalhe" aos “leões”...



Sophia

1 comentário:

Rendeiro disse...

Já pensaste em escrever para A Bola? Tens jeitinho xD Eu é que já não percebo nada destas taças disto e daquilo... Só inventam taças para vender publicidade é o que é... Seja como for, a próxima é nossa :P