quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Chuvas

Chove lá fora! Chove miudinha! Não a vejo, mas oiço-a cair, desfazer-se nas janelas, nos beirais das varandas, no chão. Oiço leve o crepitar da água no pavimento sob o movimento dos carros. Não a vejo, mas sinto o cheiro a terra molhada.
Chove na noite, chove no caminho! Chove lá fora e... Engraçado, de certo modo, também chove aqui dentro!
Aborrecido, incómodo estar lá fora no meio da chuva, absorver as gotas dessa chuva, neste tempo frio. Porém, agradável ouvir, na secura e aconchego de um sofá e uma manta, algo molhar-se lá fora. Agradável estar lá fora no meio da chuva, absorver as gotas dessa chuva, com pouca roupa, num tempo morno.
Quase tudo, ou mesmo tudo na vida repete e reinventa a natureza. Bom ouvir ou ver chover no caminho, na vida, lá fora. Por vezes, incómodo que essa chuva caia aqui. Outras vezes, tão bom que ela aqui nos chegue.
Agora troveja! Lá fora, apenas! Porque hoje não me apetece que troveje aqui dentro!...



Sophia

3 comentários:

Rendeiro disse...

A chuva sabe sempre bem lá fora, é daqueles sons que transmitem calma e tornam a ronha do acordar de sábado ainda mais preguiçosa. O que é bom... ao sábado :P

Frio por frio, uma chuvinha fraca de vez em quando, desde que não sejam dilúvios, até sabe bem.

Beijinho

Casimiro disse...

O tempo é daquelas poucas coisas que consegue ser tudo ao mesmo tempo.

Francisco M. disse...

Bem, acho que a chuva já merecia assim uma prosa tão bem escrito e tão "aconchegante".
De repente senti uma enorme vontade de ficar em casa sempre que chova (lá fora) =)
Deliciante!
Tens um dom S. de transformares sensações em palavras ;)

Beijinhos friend, continua assim!